PEGADA ECOLÓGICA BRASILEIRA

A pegada ecológica do Brasil está um pouco abaixo da média mundial. Em 2005, segundo a organização não-governamental ambientalista WWF, os brasileiros consumiam cerca de 30% além da capacidade do planeta.
Em todo o mundo, o consumo equivale a aproximadamente um planeta e meio. Isso significa que a capacidade regenerativa da Terra não consegue acompanhar a velocidade da transformação de recursos em produtos de consumo e geração de resíduos.
Apesar do aumento de sua pegada ecológica nos últimos anos, o Brasil ainda é considerado um credor ecológico, ou seja, com riqueza natural interna superior ao consumo de sua população.
As emissões de CO2 são ainda responsáveis pela maior fatia da pegada ecológica brasileira, já que o país está entre os maiores emissores do mundo, principalmente em razão do desmatamento.
Dados da Rede Clima, ligada ao Instituto Nacional de Pesquisas Espaciais (Inpe), indicam que a emissão média anual do Brasil é de 10 toneladas de gás carbônico (CO2) por pessoa, o dobro da média mundial.
Historicamente, o desmatamento responde por cerca de 50% das emissões brasileiras de gases causadores do efeito estufa. Como houve redução no desmatamento desde 2005, as emissões brasileiras hoje são menores do que naquele período.
Segundo o climatologista Carlos Nobre, pesquisador do Inpe, a matriz energética brasileira está ficando gradualmente menos limpa. Por outro lado, nos últimos cinco ou seis anos aumentou o uso de bioetanol, combustível considerado menos poluente.

FONTES: Irineu Tamaio, coordenador do programa de educação para sociedades sustentáveis do WWF-Brasil, e Carlos Nobre, pesquisador do Inpe e presidente do Painel Brasileiro de Mudanças Climáticas

Família brasileira encara desafio de reduzir impacto ambiental

Entrando no clima da COP-15, a reunião sobre mudanças climáticas em Copenhague, que terá início semana que vem, uma família paulistana de classe média aceitou o desafio de tentar reduzir sua pegada ecológica, e vai dividir com os leitores da BBC Brasil os sucessos e fracassos dessa empreitada.
Durante uma semana, a jornalista Rose Silva, 43 anos, seu marido, o cientista político Giorgio Romano Schutte, 46, e os filhos, Isadora, 11, e Angelo, 8, vão relatar as pequenas mudanças que farão em sua rotina com o objetivo de reduzir seu impacto ambiental.
Tradução do termo inglês ecological footprint, a pegada ecológica é um indicador de sustentabilidade que mede o quanto de recursos naturais pessoas, famílias, empresas ou países consomem e o quanto de lixo produzem no período de um ano.
A experiência da família de Rose não pretende ser científica, já que não se mediu sua pegada ecológica em detalhes antes do início dos relatos e também não se pretende fazer uma medição formal ao fim de apenas uma semana.
Aqui o termo será usado no sentido de demonstrar mudanças simples de comportamento que podem tornar o dia-a-dia de uma família mais sustentável.
Depois de fazer um resumo de seus hábitos cotidianos, a família recebeu dicas de especialistas do Instituto Akatu pelo Consumo Consciente, entidade focada na mudança de comportamento do consumidor.

Rotina

Rose, o marido e os filhos vivem em uma casa de três quartos no bairro de Vila Mariana, em São Paulo, e têm rotina semelhante a de muitas famílias de classe média das grandes cidades brasileiras.
As crianças estudam perto de casa, e costumam ir a pé para a escola. Na volta, usam transporte escolar.
Rose também vai a pé para o trabalho. Giorgio, porém, é pesquisador do Ipea em Brasília, e passa a semana na capital federal. Lá, ele usa o transporte público.
O carro acaba saindo da garagem somente nos finais de semana, o que reduz bastante as emissões de gases causadores do efeito estufa. No entanto, as viagens semanais de avião feitas por Giorgio são fonte de emissões.
Segundo os especialistas do Instituto Akatu, usar cada vez menos o automóvel e mais o transporte público, bicicletas ou mesmo se deslocar a pé ajuda a reduzir as emissões. São necessárias nove árvores para absorver as emissões anuais de um carro pequeno a gasolina que roda 30 Km por dia.
Em casa, Rose tenta não deixar luzes acesas ou aparelhos eletrônicos, como TV ou computador, ligados quando não há alguém no ambiente. Segundo ela, porém, as crianças nem sempre têm esse cuidado.
A família também separa o lixo seco do orgânico e tenta evitar o desperdício de alimentos. A maior parte do lixo produzido no país é de restos de comida, e o lixo orgânico de apenas um brasileiro emite, ao final de um ano, um volume de gases de efeito estufa equivalente ao absorvido por três árvores.
De hoje a sexta-feira, os leitores da BBC Brasil poderão acompanhar como Rose e sua família vão tentar alterar alguns hábitos em busca de um estilo de vida mais sutentável. Ao final dessa jornada, um especialista do Instituto Akatu vai avaliar o sucesso do desafio.
Fonte: BBC Brasil

Oceanos podem estar escondidos sob a crosta da Terra, indica estudo


Um estudo que mediu a eletrocondutividade no interior do planeta indica que talvez haja imensos oceanos sob a superfície da Terra.
A água é um condutor extremamente eficiente de eletricidade.
Por isso, cientistas da Oregon State University, nos Estados Unidos, acreditam que altos níveis de condutividade elétrica em partes do manto terrestre - região espessa situada entre a crosta terrestre e o núcleo - poderiam ser um indício da presença de água.
Os pesquisadores criaram o primeiro mapa global tridimensional de condutividade elétrica do manto. Os resultados do estudo foram publicados nesta semana na revista científica Nature.
As áreas de alta condutividade coincidem com zonas de subducção, regiões onde as placas tectônicas - blocos rígidos que compõem a superfície da Terra - entram em contato e uma, geralmente a mais densa, afunda sob a outra em direção ao manto.
Geólogos acreditam que as zonas de subducção sejam mais frias do que outras áreas do manto e, portanto, deveriam apresentar menor condutividade.
"Nosso estudo claramente mostra uma associação próxima entre zonas de subducção e alta condutividade. A explicação mais simples seria (a presença de) água", disse o geólogo Adam Schultz, coautor do estudo.
Mistério geológico
Apesar dos avanços tecnológicos, especialistas não sabem ao certo quanta água existe sob o fundo do mar e quanto dessa água chega ao manto.
"Na verdade, não sabemos realmente quanta água existe na Terra", disse um outro especialista envolvido no estudo, o oceanógrafo Gary Egbert. "Existem alguns indícios de que haveria muitas vezes mais água sob o fundo do mar do que em todos os oceanos do mundo combinados."
Segundo o pesquisador, o novo estudo pode ajudar a esclarecer essas questões.
A presença de água no interior da Terra teria muitas possíveis implicações.
A água interage com minerais de formas diferentes em profundidades diferentes. Pequenas quantidades de água podem mudar as propriedades físicas das rochas, alterar a viscosidade de materiais presentes no manto, auxiliar na formação de colunas de rocha quente e, finalmente, afetar o que acontece na superfície do planeta.
E se a condutividade revelada pelo estudo for mesmo resultado da presença de água, o próximo passo seria explicar como ela chegou lá.
"Se a água não estiver sendo empurrada para baixo pelas placas, seria ela primordial? (Estaria) lá embaixo há bilhões de anos?", pergunta Schultz.
"E se foi levada para baixo à medida que as placas lentamente afundam, seria isso um indício de que o planeta já foi muito mais cheio de água em tempos longínquos? Essas são questões fascinantes para as quais ainda não temos respostas".
Os cientistas esperam, no futuro, poder dizer quanta água estaria presente no manto, presa entre as rochas.
Este estudo teve o apoio da Nasa, a agência espacial americana.
Fonte: BBC Brasil

Aquecimento Global 'beneficiou Império Inca', diz estudo


Um estudo de sedimentos encontrados na região de Cuzco, no Peru, sugere que o antigo Império Inca se beneficiou de um período de aquecimento global que durou cerca de 500 anos - exatamente na época em que aquela civilização conheceu seu maior apogeu. O estudo, coordenado pelo pesquisador Alex Chepstow-Lusty, do Instituto Francês de Estudos Andinos em Lima, capital peruana, analisou como a evolução social e econômica verificada durante os anos incas se relacionam às mudanças climáticas nos Andes no mesmo período.
A conclusão é que séculos de temperaturas elevadas melhoraram as condições agrícolas e permitiram o cultivo de alimentos para sustentar uma população crescente e um exército poderoso.
O estudo analisou uma seqüência de sedimentos do lago Marcacocha, localizado 12 km ao norte de Ollantaytambo, um dos grandes assentamentos incas, contendo evidências das mudanças climáticas ao longo de milênios.
A pesquisa foi publicada no número atual na revista científica Climates of the Past.
Evidências
Durante a maior parte do primeiro milênio depois da era cristã, os sedimentos indicaram pouca presença de agricultura sustentada no lago, o que corresponderia a um período relativamente frio na região. A partir do ano 880, entretanto, os sedimentos passam a indicar um período de seca, que teria ocasionado a redução do volume do lago e eliminado duas culturas rivais andinas, os Wari e os Tiwanaku.
A elevação da temperatura nos Andes a partir de 1100 foi, na visão dos pesquisadores, literalmente o divisor de águas na evolução da civilização inca.
O derretimento das geleiras coincide com o advento de técnicas de irrigação que permitiram aos incas elevar sua produtividade agrícola e alcançar altitudes mais elevadas.
"Essa condição de aquecimento teria permitido aos Incas explorar as atitudes mais elevadas (após o ano 1150), construindo terraços agrícolas que empregavam irrigação alimentada por geleiras, em combinação com técnicas agroflorestais deliberadas", escreveram os pesquisadores.
Os pesquisadores relataram diversas evidências de pastos para llamas ao redor do lago entre 1100 e 1400, assim como de plantações de batatas nas áreas mais elevadas e de milho nos locais mais baixos. Além disso, eles verificaram níveis altos de pólen da Alnus acuminata, uma árvore andina cuja ocorrência está ligada ao reaproveitamento de solos agrícolas degradados.
Isto tendeu a desaparecer a partir do século 16, coincidindo com a chegada dos colonizadores espanhóis, em 1532.
"No contexto de doenças e de uma população decrescente, as comunidades foram forçadas a migrar ou a trabalhar sob o sistema de encomienda (escravidão por dívidas)", afirmaram os pesquisadores.
"A paisagem anteriormente cultivada rapidamente cresceu de forma descontrolada e os canais de irrigação e os terraços não mais foram mantidos, caindo em desuso."
Quando a ocupação agrícola da área voltou a ocorrer, após 1600, a ocupação se deu de forma bastante diferente, com os europeus trazendo seus próprios animais e técnicas agrícolas para a zona.
Conclusões
Para os pesquisadores, as evidências permitem estabelecer uma relação entre o desenvolvimento da civilização inca e as mudanças climáticas ocorridas nos Andes, sobretudo nos 400 anos mais significativos do império.
"Embora este crescimento meteórico tenha sido em parte devido à adoção de estratégias sociais inovadoras, apoiadas por uma grande força de trabalho e um exército poderoso, sustentamos que isto não teria sido possível sem o aumento da produtividade das colheitas, que está ligada a condições climáticas mais favoráveis", eles escreveram. Eles chamaram atenção para o fato de que o aquecimento na região do lago Marcacocha é apoiado por evidências semelhantes em outras regiões dos Andes. É cada vez maior a atenção dada por pesquisadores a um período de temperaturas globais maiores entre os séculos 9º e 14º da Idade Média em relação aos tempos modernos.
"A visão prevalente desse intervalo é a de que temperaturas elevadas foram experimentadas com certa intermitência e que, em certas regiões, se caracterizou por anomalias climáticas como secas prolongadas, aumento do nível de chuva e ventos de monções mais fortes", afirmaram.
Para eles, as evidências colhidas no lago Marcacocha não só reforçam os estudos sobre este fenômeno - que ainda é objeto de discussões no meio acadêmico - como apontam para um efeito positivo dele.
Para os cientistas as conclusões de quase mil anos atrás podem ser úteis no mundo de hoje. "Pode haver lições importantes para gerar desenvolvimento rural sustentado nos Andes à luz da futura incerteza climática", eles disseram.
Fonte: BBC Brasil

Fogão acústico converte biomassa em eletricidade


Um gerador de baixo custo pode ser uma benção para as populações dos países mais pobres do mundo. O projeto Score, coordenadoo pela Universidade de Nottingham, está desenvolvendo um fogão de queima de biomassa que também converte calor em energia acústica e então, em eletricidade, tudo em um único aparelho.
Os 2 milhões de libras (cerca de R$ 6,3 milhões) do projeto Score (sigla em inglês para “Fogão de Cozinhar, Refrigeração e Eletricidade”) tem unido especialistas do mundo todo para desenvolverem um gerador movido a biomassa. Um aparelho doméstico versátil e acessível como o Score pretende suprir as necessidades energéticas de comunidades rurais na África e na Ásia, onde o acesso à energia é extremamente limitado.
Pesquisadores do Departamento de Engenharia Elétrica e Eletrônica da Universidade de Nottingham estão trabalhando no gerador Alternador Linear – a parte que transforma energia sonora em eletricidade. O sistema usa configurações especiais de ímãs que geram energia elétrica a partir do som. Simulações computadorizadas do alternador linear foram bem sucedidas, e protótipos estão sendo construídos nas oficinas do departamento.
Os pesquisadores de Nottingham estão trabalhando com Dai-ichi, um dos maiores fabricantes de alto falantes da Malásia, para reduzir os custos de produção por meio de um projeto prático. Apesar de uma unidade do Score não lembrar fisicamente um alto falante comum, ele é compatível o processo de produção da Dai-ichi.
O objetivo do projeto Score é criar um gerador de alta eficência e baixo custo que possa ser usado nos países mais pobres do mundo. O gerador tem um custo-alvo de £20 (cerca de R$ 63) por lar, baseado na produção de um milhão de unidades. O gerador irá pesar entre 10 e 20kg. Espera-se gerar uma hora de uso de eletricidade por quilograma de combustível – que pode ser madeira, adubo, ou qualquer outro material de biomassa disponível localmente. [Scientific Blogging]

Reflexão


Creio no mundo como num malmequer,
Porque o vejo. Mas não penso nele
Porque pensar é não compreender...
O Mundo não se fez para pensarmos nele
(Pensar é estar doente dos olhos)
Mas para olharmos para ele e estarmos de acordo...
Eu não tenho filosofia; tenho sentidos...
Se falo na Natureza não é porque saiba o que ela é,
Mas porque a amo, e amo-a por isso
Porque quem ama nunca sabe o que ama
Nem sabe porque ama, nem o que é amar...

Fóssil de réptil paulista tem características únicas e revisa conhecimento sobre clima pré-histórico



Crocodilo-tatu. Esse nome, que parece saído de um conto de fadas, é a denominação do novo réptil pré-histórico brasileiro, o Armadillosuchus arrudai. O animal pertence ao grupo dos crocodilomorfos, parentes dos crocodilos atuais, mas apresenta características nunca antes encontradas nesses espécimes, como uma couraça similar à do tatu e a capacidade de mastigar alimentos, o que sugere uma versão diferente para o clima no fim do Cretáceo, há 90 milhões de anos, quando ele viveu. Descrito por pesquisadores da Universidade Federal do Rio de Janeiro (UFRJ) a partir de fósseis (cabeça, couraça e pata) encontrados em 2005 pelo professor do Ensino Médio João Tadeu Arruda no município de General Salgado (SP), o crocodilo-tatu foi apresentado ao público hoje na abertura da exposição Visões da Terra, no Museu do Meio Ambiente do Jardim Botânico do Rio de Janeiro. O artigo que descreve o animal foi publicado na revista científica Journal of South American Earth Sciences. Com cerca de dois metros de comprimento e aproximadamente 120 kg, o A. arrudai apresentava características que lhe conferiam proteção contra os predadores e o ambiente hostil. “Outro crocodilomorfo que vivia nessa área e período era o Baurusuchus salgadoensis, que possivelmente tinha o crocodilo-tatu como presa”, conta um dos autores do artigo, o geólogo Ismar de Souza Carvalho, do Laboratório de Macrofósseis da UFRJ. A couraça do A. arrudai serviria como proteção contra ataques, mas também ajudaria o animal a não perder umidade. “O clima na bacia de Bauru, onde ele vivia, era quente e árido, com rios temporários que enchiam com chuvas torrenciais e esporádicas”, revela o geólogo. As garras do crocodilo-tatu eram especializadas para cavar, o que lhe permitia se enterrar para evitar os predadores e se proteger das condições ambientais.
O novo crocodilomorfo também tinha dentes fortes e de textura áspera, com disposição similar à dos mamíferos. Segundo os pesquisadores, há ainda evidências de que o A. arrudai tinha capacidade de mastigar, algo desconhecido nos crocodilos atuais. “Tudo isso indica que a sua dieta era bastante variada, incluindo, além de carne, vegetais, raízes de árvores e moluscos”, informa Carvalho. O geólogo destaca que as adaptações desse réptil a um ambiente árido revelam que as condições no interior do continente permaneciam extremas no fim do Cretáceo. “Nessa época, ocorreu o início da formação do Atlântico e acreditava-se que as temperaturas teriam se tornado mais amenas em todo o continente. Mas o A. arrudai mostra que essa suavização climática parece ter se concentrado na costa.” Para Carvalho, a descoberta evidencia a diversidade da vida pré-histórica brasileira e permite compreender as transformações dos espaços ecológicos no decorrer do tempo geológico. “O Armadillosuchus arrudai viveu por 10 milhões de anos, tendo sido extinto há 80 milhões de anos, provavelmente devido às mudanças climáticas daquele período”, completa.


Fonte: Ciencia Hoje

1º ENCONTRO NACIONAL DE PROFISSIONAIS EM GEOLOGIA


1º ENCONTRO NACIONAL DE PROFISSIONAIS EM GEOLOGIA

DATAS: 27 e 28 de agosto de 2009
LOCAL: Auditório do Conselho Regional de Engenharia, Arquitetura e Agronomia do Estado de São Paulo (CREA-SP) - Rua Nestor Pestana, 87 - 1ª Sobreloja - São Paulo - SP

Programa de atividades

Dia 27 de agosto: manhã
08:30h - 09:30 h - Cerimônia de abertura
Mesa: Febrageo (Presidente, Regionais), CREA-SP, Confea, SIGESP, SINGEO, APGRJ,
8:30h - 8:40h - Palavra do Mestre de Cerimônias
8:40h - 8:50h – Abertura do evento - Presidente da Febrageo
8:50h - 9:10h - Palavra do Presidente do CREA-SP
9:10h - 9:30h - Palavra do Presidente do Confea
09:30h - 10:00h - Coffee break
10:00h - 10:20h - Situação atual das entidades de profissionais em Geologia, reorganizações em andamento e prioridades para o futuro
10:20h - 10:40h - Atuação dos profissionais em Geologia no âmbito do sistema Confea-Creas
10:40h - 11:00h - Análise da Resolução nº 1.010 do Confea e os novos cenários para a atuação profissional
11:00h - 11:20h - A "Lei do Geofísico": situação atual e previsional, e suas decorrências na atuação dos profissionais em geologia e geofísica
11:20h- 11:40h – Proposta de criação do Ministério de ”’Geologia, Recursos Minerais e Hidrocarbonetos’”
11:40h - 12:20h - Debates sobre os temas apresentados
12:20h - 14:00h – Almoço

Dia 27 de agosto: tarde
14:00h - 14:45h - A atuação dos profissionais de Geologia na área do Petróleo: situação atual e novos cenários
14:45h - 15:30h - A atuação dos profissionais em Geologia na área da Mineração em situação de crise econômica mundial e cenários futuros
15:30h -16:00h - Coffee break
16:00h - 16.45h - A atuação dos profissionais em Geologia na área do planejamento da ocupação do solo para a prevenção de catástrofes de natureza geológica
16:45h - 17:15h - A atuação dos profissionais em Geologia em estudos ambientais visando o licenciamento de empreendimentos
17:15h - 18:15h - Debates

Dia 28 de agosto: manhã
08:10h - 12:15h - Mesa-Redonda: "Geólogos, Mineração e Desenvolvimento Nacional"
08:10h - 08:20h - Início dos trabalhos
08:20h - 09:00h - O conhecimento geológico como ferramenta fomentadora das atividades de pesquisa mineral
09:00h - 09:40h - A mineração como indutora do Desenvolvimento Nacional: situação atual e mudanças necessárias
09:40h - 10:00h - Coffee break
10:00h - 10:40h - Entraves ao desenvolvimento da mineração no Brasil e cenários desejados
11:15h - 12:15h - Debates
12:15h - 14:00h – Almoço

Dia 28 de agosto: tarde
14:00h - 17:00h - Mesa-Redonda: "Geólogos, Petróleo e Desenvolvimento Nacional"
14:00 - 14:10h - Abertura dos trabalhos
14:10 - 15:10h - Novos cenários para o desenvolvimento nacional com a descoberta das reservas de petróleo e gás da camada Pré-Sal
15:10h - 16:00h - O marco regulatório adequado para aproveitamento dos recursos petrolíferos nacionais em favor da sociedade brasileira
16:00h - 16:20h - Coffee break
16:20h - 17:00h - Debates
17:00h - 17:30h - Encerramento do evento e escolha de novo local para o 2º Encontro Nacional dos Profissionais em Geologia.


COORDENAÇÃO GERAL: FEDERAÇÃO BRASILEIRA DE GEOLOGIA - FEBRAGEO
ORGANIZAÇÃO: FEBRAGEO, SIGESP, SINGEO-MG e
ASSOCIAÇÕES PROFISSIONAIS DE GEÓLOGOS DOS ESTADOS
(AM, AL, BA, CE, DF, ES, GO, MT, PA, PE, PI, PR, RJ, RN, RO, RS, SE, SC e SP)

ENTIDADES PATROCINADORAS: CONFEA, CREA-SP

COLABORAÇÃO: SBG, ABGE, ENEGE, GEOJUNIOR, AGUSP

Vitória da impunidade?


A já conhecida impunidade brasileira chega aos cantos mais remotos do país. Um estudo realizado pelo Instituto do Homem e Meio Ambiente da Amazônia (Imazon) revela a ineficácia da responsabilização judicial na região amazônica paraense. A punição aos acusados em processos por crimes ambientais ocorridos em áreas protegidas do Pará é pequena e esbarra na lentidão da justiça. Uma das formas de proteger as áreas preservadas da Amazônia é punir os responsáveis por crimes ambientais. A escassez de pesquisas sobre a eficácia dessa medida levou o engenheiro florestal Paulo Barreto e seus colegas do Imazon a analisarem 51 processos por crimes ambientais do Pará – estado que, segundo o Instituto, recebeu 28% das multas emitidas pelo Ibama em áreas protegidas da Amazônia Legal. Dos processos analisados, apenas 14% resultaram em algum tipo de punição. A maioria (66%) ainda estava em tramitação, 16% haviam prescrito – ou seja, passaram da data máxima para conclusão judicial – e 4% tiveram seus acusados absolvidos por falta de provas. O engenheiro florestal afirma que a situação no resto da Amazônia brasileira é bastante semelhante. “Conversamos com especialistas de outros estados e todos eles confirmaram que a impunidade é generalizada no resto do território amazônico”, afirma Barreto, principal autor do estudo, em entrevista à CH On-line. Lentidão da justiça A principal causa desse cenário tão desanimador é a demora nas investigações policiais e nos trâmites do Poder Judiciário: o tempo médio para investigações e processos de crimes ambientais no Pará é de cinco anos e meio. “Se a justiça no Brasil é lenta, na Amazônia ela é mais ainda”, comenta Barreto. Segundo o estudo, a demora para iniciar as investigações ocorre principalmente pela desarticulação entre a Polícia Federal (PF) e outros órgãos governamentais que atuam na região. Enquanto são necessários em média sete meses antes de se iniciarem os procedimentos nos casos em que não há atuação conjunta, naqueles em que a PF se articula ao Ibama e à Funai o período de pré-investigação não passa de três dias. Já em relação aos atrasos na condução das investigações – mais comuns especialmente na fase de inquéritos –, o estudo aponta a falta de pessoal da Polícia Federal como principal problema. “Como não há gente suficiente para encaminhar as investigações, elas ficam congestionadas”, explica Barreto. Quando o caso finalmente chega ao Ministério Público para ser avaliado perante um juiz, o problema continua. A dúvida quanto à autoridade que deve julgar os crimes ambientais – se a Justiça Federal ou Estadual – já causa demora. “O fato de cada vara judicial ser responsável por vários municípios atrasa ainda mais o processo”, acrescenta Barreto. “Com isso, o acusado tem tempo para se mudar ou fugir.” A demora na investigação e na resolução dos casos não é o único obstáculo à punição por crimes ambientais no Pará, de acordo com o estudo. Grande parte dos acordos e penas a que se chega ao final dos processos é totalmente desvinculada de uma reparação ou compensação ambiental. Prevenir e remediar Apesar da atual vitória da impunidade, o estudo sugere algumas mudanças que podem transformar esse cenário na Amazônia. Medidas como a criação de varas especializadas em crimes ambientais – como as que já existem no sul do país – e a articulação entre o Ministério Público, a Polícia Federal e o Judiciário podem agilizar bastante os processos ambientais, segundo Barreto. “No entanto, como essas medidas só teriam resultados em médio prazo e são sujeitas a inúmeras falhas no decorrer do processo, a melhor solução ainda é a prevenção de crimes ambientais”, argumenta o engenheiro florestal. É comum pensar que apenas delimitar áreas preservadas seja suficiente para sua efetiva proteção. Mas Barreto alerta: “Com a penetração cada vez mais intensa de atividades econômicas nas florestas, é importante focar na vigilância para assegurar essa conservação.”
Fonte : Ciência Hoje